200 ANOS DE UM PIONEIRO SERVIDOR HAMBURGUENSE
PASTOR JOHANN PETER CHRISTIAN HAESBAERT
No dia 1° de maio de 1845 apresentava-se em Hamburgerberg (hoje o nosso Hamburgo Velho, distrito da nossa cidade de Novo Hamburgo), vindo da America do Norte, o missionário alemão luterano pastor Johann Peter Christian Haesbaert, afim de prestar assistência religiosa às primeiras levas de imigrantes alemães aportados ao Vale dos Sinos e adjacências. Nascido na cidade de Kleve, na Alemanha, tinha 42 anos de idade. Acompanhava-o sua esposa Marie Louise, suiça. E aqui ficaram.
Após uma existência longa e edificante vieram a falecer aqui, e foram sepultados no cemitério da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil – IECLB. Até hoje a sepultura de ambos (Quadra A, fila 9, números 465 e 466), cercada por um gradil, é objeto de atenciosos cuidados daquela Comunidade.
Por 41 anos o pastor Haesbaert dedicou-se de corpo e alma às famílias dos colonos, fazendo-se ele tambem um colono e enfrentando, como eles, todas as dificuldades materiais dessa condição de pioneiros e desbravadores. Construiu numerosa família (11 filhos), e com ela participou ativamente da realidade social do ambiente local e do Rio Grande do Sul.
Foi, aqui, um homem trabalhador na roça, além de evangelizador. E não lhe era facil agir, pois havendo sofrido uma queda ao salvar uma criança num incêndio em sua cidade natal, aos 17 anos de idade, feriu-se com gravidade numa perna, que passou a claudicar, e assim apresentava dificuldade permanente de caminhar ou montar a cavalo.
A deficiência física não lhe abatia o ânimo. Palmilhou, montado em burros ou cavalos, as matas, colinas e montes de nossa região, fazendo-se presente em numerosas localidades, que hoje se chamam São Leopoldo, Estância Velha, Ivoti, Dois Irmãos, Taquara, Sapiranga, Campo Bom, Caí, etc., além de nosso município.
Poder-se-ia imaginar, hoje, na era das estradas asfaltadas e dos veículos motorizados, o dedicado servidor do Reino de Deus nas comunidades, portando aquelas deficiências corporais, aproximar –se da sua montaria com um pequeno banco que o ajudasse a acomodar-se no lombo do animal, e sair num trote para não se retardar nos compromissos assumidos. Pois foi numa dessas que , aos 76 anos de idade, aconteceu cair e quebrar de novo a perna atingida anteriormente, o que redundou em interromper por algum tempo o seu abnegado apostolado.
A extensão de seu sagrado e benéfico pastoreio em meio aos imigrantes alemães lógo se fez notar, e o governo Riograndense lhe conferiu a condição de “Pastor Primarius”, talvez então equivalente a Bispo. E o embaixador alemão, que em 1863 veio inspecionar a condição de vida dos colonos, referiu ao seu Imperador o ministério exercido entre eles pelo Pastor Haesbaert.
Faleceu em 06.10.1890, com 87 anos de idade. – Carlos Haesbaert